CrovellaR

Eu percebi como é bom às vezes olhar para o céu E sentir como se tudo estivesse invertido. Eu gosto de me sentir caminhando nas nuvens enquanto desvio de edifícios E conto as flores acima da minha cabeça Gosto de imaginar que o Sol é uma bola de luz que eu posso tocar E brincar com ele. Que sou eu quem faço chover quando, nervoso, bato meus pés contra o chão. Como uma criança que gosta de brincar em uma poça d’água. Eu sei que ainda não sei quem sou. E também não me procuro mais. Me descubro a cada olhar, a cada estação. Eu agradeço quando alguém se propõe a me olhar de uma perspectiva diferente daquela que já conhece. Me redescobrir, me reconhecer em nuvens diferentes. Me colorir de novas cores. É engraçado quando por algum motivo eu me viro do avesso Me modifico, me transformo. Me sinto em casa, até mudar de lado. Ou de ângulo. Abro a janela e de repente ela era uma porta. Eu adormeço entre os meus cobertores e De repente Eles são os teus br

De tudo o que pode aterrorizar alguém, o que mais temo são as certezas. Se a ciência pode ser comprada, as notícias manipuladas, a história direcionada, os políticos corrompidos, os sentimentos confundidos e a religião contestada, quem sou eu para afirmar algo? Ter certeza ou atestar que sei de alguma coisa? Nos momentos em que mais tive certeza foram os momentos em que mais me perdi de mim mesmo e do sentido da vida. Amadurecer não é ter certeza, mas reconhecer o que ainda não se sabe. É ter abertura para o diálogo, para o novo, para o incerto. É se questionar antes de reafirmar ou adquirir um novo conceito. E eu ainda tenho muito a amadurecer. Que as pessoas que me amam ou apenas me querem bem me corrijam todas as vezes em que, por descuido, eu voltar a alegar certeza de algo. Que me lembrem que convencer não significa ter razão, que conhecer não é sinônimo de saber. Não estou dizendo, porém, que a dúvida, a ignorância, a incerteza e a insegurança sejam boas. Quero apenas l