No vai e vem do cotidiano a gente não para pra ver o que tem em volta, exceto quando o “em volta” para a gente. Assim como a maçã interrompeu Newton enquanto ele estudava tranquilamente embaixo de uma macieira, certo dia eu estava entre os vultos e corpos sem rostos de São Paulo quando vi uma Macieira dando frutos em meio ao concreto sólido e frio. Fazia tempo que eu não via uma maçã a não ser em um notebook ou smartphone, mas ali estava - bem em frente aos meus olhos - não apenas uma maçã, mas toda uma macieira frondosa e fértil esperando que alguém a notasse e usufruísse de seus frutos. Há quanto tempo esta árvore estava ali e ninguém a viu? Não importava para qual sentido você estava indo ou voltando, aquela estranha árvore parecia estar sempre na contramão, carregada de frutos vermelhos. Tão vermelhos que pareciam até vivos, como órgãos de um corpo em meio às máquinas. Minha fome e o encanto da árvore me levaram a pedir-lhe uma maçã. - Conte-me uma história e eu lhe darei ...