Orquídea
Era uma vez uma jovem florista que cuidava de lindas flores em um pequeno jardim familiar. Ela era meiga e simpática (assim como suas flores) e tinha uma orquídea como sua favorita, seu xodó. A jovem e sua família não eram nobres, mas conseguiam viver com certa tranquilidade graças ao trabalho árduo dos pais e o pouco dinheiro que ela conseguia vendendo alguns arranjos de seu jardim. Ela também adorava estudar e ler todos os tipos de livros – os quais ela chamava de “companheiros de jornada”.
A moça não era ingênua, mas tinha um coração muito bondoso e generoso. Era conhecida por todo o reino como uma alma caridosa e amiga – o que comumente atraía os olhares de seres mal-intencionados, com os quais ela conseguia lidar de forma pacífica e amigável. Coragem e dignidade eram qualidades que ela sem dúvida herdara de sua família. E todos os dias ela acordava feliz e cantando para a vida, cuidando de sua flor predileta com muito esmero e do seu jardim com muito amor.
Mas um dia o reino foi tomado por um temível monstro. De forma agressiva e cruel, o monstro conquistara o trono e tornara-se rei. Se não fossem suas atitudes perversas, sua arrogância e seu coração maligno, o monstro poderia até ter se passado por um príncipe – já que tinha um excelente porte físico e vestia-se com as melhores roupas e os melhores adornos. Seu ar era tão brutal que ninguém tinha coragem de olhá-lo nos olhos. Todos sempre falavam com o rei de cabeça baixa e tom de voz delicado.
Assim que assumiu o castelo, o novo rei-monstro fez questão de decorá-lo com as mais exuberantes decorações, com ouro, prata, porcelana, cristais e mobílias caríssimas muito mais vistosas do que confortáveis. Também fazia questão de enquadrar e pendurar várias e várias fotos de si mesmo nas paredes do castelo. Além disso, exigira servos que deveriam estar à sua disposição sempre que ele quisesse – muitas vezes para realizar os trabalhos mais fúteis e banais que serviam apenas para entretenimento do monstro, quando não apenas bajulá-lo.
Talvez a vida do monstro e da jovem jamais se cruzassem, se o rei não enjoasse tão facilmente das flores de seu jardim (que deviam ser trocadas a cada estação e não poderiam ser repetidas). Desesperados por não conseguir agradar o rei, seus servos foram até a pobre moça pedir que ela os ajudasse. Sensível ao apelo dos servos, tão massacrados pela escravidão imposta pelo rei, ela decidiu ajuda-los. E lembrou-se de um pequeno trecho de uma de suas poesias favoritas que diz que é preciso amar principalmente as pessoas mais odiosas – justamente por que são elas as que mais precisam de amor.
Pensando nisso, a moça - ainda que com um forte aperto no peito e lágrimas nos olhos - decidiu presentear o rei com sua flor favorita. Escreveu uma carta, prometendo a ele que a cada estação retornaria com novas flores lindas como aquela para o seu jardim, desde que ele fosse gentil. Falou coisas doces e sinceras sobre o que o rei tinha de melhor, como a inteligência e o bom gosto. Arriscou-se a dizer que acredita que dentro do monstro há um coração puro, mas incompreendido. Ela acreditava que todo o amor contido no presente serviria como liberdade para o reino, pois livraria o rei de sua monstruosidade – afinal, ela empenhara tanto amor por aquela flor desde que era apenas uma sementinha diferente no meio de tantas sementes iguais; e cuidou para que cada palavra escrita fosse emotiva e sincera.
A ida até o castelo chamou a atenção de todo o reino, que ficou espiando pelas grandes janelas de vidro o que acontecia no interior do grande salão real. O encanto do rei pela flor e pela garota fez com que uma ponta de esperança ressurgisse no coração de todos. Eles poderiam até jurar que a moça conquistara o coração do rei e que a recíproca poderia se tornar verdadeira, visto o sorriso enorme da moça ao ver a felicidade do rei que, finalmente, se sentira especial e tratado como um rei de verdade. Alguns já a chamavam pelas costas de “Rainha Flor”. Quando o rei elogiou a carta e a fez prometer que de fato traria as flores mais belas para o seu reino a cada estação, a moça suspirou aliviada e, como era uma mulher de palavra, reafirmou a promessa feita na carta e agradeceu a atenção do rei. Foi um dia de festa para todo o reino.
E mesmo sentindo falta de sua flor, a jovem fez questão de caprichar nas flores da primeira estação. Ela não tinha intenção alguma de casar-se com o rei ou de tornar-se rainha para usufruir do poder e dos luxos do castelo, mas fez os arranjos como se fosse uma. Cuidou de cada detalhe. Pediu ajuda de pessoas no reino que a ajudaram entusiasmadas. Todos pareciam estar unidos e torcendo para que o amor mudasse o terrível rei. Bom, na verdade, nem todos concordavam com isso. Alguns amigos íntimos da moça a alertavam que ela estava correndo perigo e que não devia ter assumido um compromisso com um monstro. Um professor, amigo dela, também a alertou - como pode uma moça tão inteligente fazer algo tão estúpido? ele se perguntava – e pediu que ela fugisse do reino o quanto antes. Mas ela decidiu que tentaria, que insistiria em se aproximar do rei e ser sua amiga, para que ele nunca mais fosse um monstro – afinal de contas, ela era livre e poderia partir assim que o plano desse errado, caso isso acontecesse.
E por duas estações o plano ia muito bem. A moça havia conquistado a simpatia e a confiança do monstro, que confiara a ela diversos segredos pessoais, dentre eles, inseguranças e fraquezas. Se ela não tivesse um coração puro, teria conseguido destronar o monstro e tomar o reino para si. Se fosse perversa, poderia até matá-lo. Mas não era nada disso o que ela queria: ela só queria a paz. Foi por isso que sacrificou sua flor, seu tempo, o seu jardim e até a sua família e amigos. Na primeira estação ela o fazia com mais espontaneidade, mas depois sentiu falta de seus velhos hábitos, de seu espaço e de sua liberdade. Na segunda estação, quanto tentou diminuir o contato com o rei para começar a retomar um pouco da sua vida familiar e como florista, ele não permitiu. Fez dramas e ameaças que a deixaram sem saber o que fazer. Depois de esbravejar, o rei dizia que ambos eram livres e que ela poderia fazer o que quisesse, mas ela sabia que não poderia simplesmente ir embora. É certo que, a essa altura, ela já sentisse um apreço pelo monstro, mas o que a fez permanecer foi o medo. Medo do que o rei pudesse fazer caso perdesse o controle. Ela não queria o mal, nem para si, nem para o rei e nem para ninguém do reino. Sentiu que qualquer atitude que ela tomasse a partir de agora traria consequências maiores do que as que ela imaginara. Não por que ela não havia calculado isso, mas por que ela perdeu a sua liberdade de escolher (ou mesmo de fugir, se fosse necessário).
Na terceira estação, as flores que ela trouxe para o rei não estavam bonitas. Elas haviam sido negligenciadas, estavam feias e murchas, sem amor, sem vida. Flores com tonalidades opacas de cinza, completamente diferentes das flores coloridas, brilhantes e saudáveis das outras estações. Mas, coitada, ela não teve muita culpa nisso: os cuidados do rei exigiam demais dela, o suficiente para ela não ter mais como se empenhar na produção de arranjos e flores tão bonitos. O rei-monstro ficou possesso e esbravejou para a garota que ela não o respeitava mais. Que ela não cuidava mais dele, nem das flores do jardim dele. A acusou de ser uma exploradora que queria lhe roubar o reino, que se aproximou dele como uma cobra na espera do momento ideal para lhe dar o bote. O reino inteiro ficou chocado. O sorriso que havia encantado todos naquele primeiro encontro agora, em memória, lhes parecia perverso e frio – como um sorriso típico de quem arma um minucioso plano de ataque. Boatos de que a jovem se dedicara ao estudo de plantas para a produção de venenos se espalharam com uma rapidez assustadora. Em pouco tempo, a pobre moça viu não apenas suas flores murcharem e seu jardim morrer, como também todos do reino desviarem de seu caminho por medo. Os únicos que não a abandonaram foram seus amigos mais íntimos, que sabiam qual era o verdadeiro plano da moça. O Professor também lhe ofereceu todo o apoio que precisasse.
Quando finalmente voltou para casa, aos prantos e humilhada, a pobre moça ainda teve que encarar mais uma desaprovação: seus pais, que chegaram cansados do trabalho e se depararam com um jardim morto, estavam aos prantos. O pai, mais contido, deixou que a raiva saísse, não pelos olhos, mas pelas palavras. A mãe só chorava. O rei ordenara reduzir pela metade os ganhos da família – que agora dependeriam do jardim mais do que nunca; O pai acusou a filha de negligenciar seu único trabalho, de não dar valor ao que eles conquistaram, de não pensar em mais ninguém além de si própria. Cada acusação do pai, sendo reafirmada pela mãe (que apenas chorava copiosamente enquanto balançava a cabeça), era como um soco no estômago da florista. No final, ele disse que era melhor a filha de fato se casar com o monstro, já que eles não teriam mais condições de sustenta-la sem o trabalho no jardim para ajuda-los.
Correu para o quarto, trancou a porta e chorou. Chorou por que estava confundindo as coisas. No fundo ela sabia que os pais só haviam lhe tratado desta forma por que estavam desesperados e preocupados. Mesmo numa situação de crise, eles ainda estavam pensando no que seria melhor para ela. Sentiu-se um fardo para as pessoas que ela mais ama. Olhou-se no espelho e viu-se como um monstro. Olhou para a direção do castelo e - traída pela memória - quis pedir desculpas ao rei por tê-lo tratado daquele jeito tão cruel. Quis implorar por perdão e se oferecer como escrava. Criaria cada flor do jardim do rei como se fosse a sua própria vida. De tanto chorar, adormeceu. E num sonho recebeu o perdão do rei, agora transformado em um belo príncipe educado, sensível, inteligente e maduro. Apaixonou-se por ele e foi rejeitada por que agora ela é quem era o verdadeiro monstro.
No fim de semana que se seguiu, nenhuma notícia do rei. Seus pais já estavam mais calmos, mas ainda não lhe dirigiram à palavra. Pela sua janela, a moça pode ver o rei caminhando feliz como se nada tivesse acontecido. Jurou ter visto uma garota de braços dados a ele, o que lhe acendeu uma pequena esperança de que talvez outra tivesse conseguido aquilo para o que ela se propôs e falhou. Mas na segunda-feira, o monstro voltou a bater em sua porta, reforçando que ela o abandonara, que não lhe dava importância e nem o compreendia. Alegou que dera a ela a gentileza de acolhê-la no castelo sempre que quisesse e assim pode conhece-lo até nos pontos mais fracos, recebendo em retribuição a ingratidão e o abandono. Novamente ela se sentiu culpada, pediu desculpas, mas o monstro – irredutível - lhe cobrara as flores novas para seu jardim (como ela havia prometido a ele). Ela lhe ofereceu livros para que se distraísse enquanto ela arrumava novas flores e ele aceitou. Durante toda a semana ele a procurou para que lesse os livros para ele e conversasse sobre eles. No fim de semana, o rei novamente sumiu e a moça suspirou aliviada, acreditando finalmente estar livre. Mas assim que o dia raiou na segunda-feira, ele voltou a procura-la, exigindo as flores. Desconcertada, ela lhe prometeu chocolates. Correu até a casa da vendedora de chocolates e gastou toda sua reserva para emergências em chocolates caros. Foi até o castelo e lhe entregou o maravilhoso embrulho de delícias, mas não foi suficiente: ele exigiu que ela ficasse e preparasse as refeições para ele por toda a semana. E nas semanas seguintes a história seguiu o mesmo percurso: o rei desaparecia aos finais de semana e nos dias de festa, mas no início da semana e até em alguns domingos ele ressurgia, sempre cobrando a promessa da moça e exigindo sua atenção e seus cuidados.
Mas um dia ela chegou no limite. Não aguentava mais ser usada e humilhada. Decidiu dar um basta. Criou forças escrevendo para si mesma tudo o que ela merecia ouvir, leu e releu até fixar bem e simplesmente saiu do castelo, escondendo-se na floresta. Deixara antes de partir uma carta ao monstro, deixando claros os motivos de sua fuga: ela não queria mais servir, estava exausta, precisava parar de viver em função dele e seguir sua própria vida, seus sonhos e ambições. Assim como ele sempre fazia questão de lembrá-la das palavras que ela usara no começo de tudo, ela fez o mesmo e o lembrou de que ele sempre dizia que ambos eram livres – ou seja, ela estava apenas usufruindo seu direito de ser livre.
Quando se encontrou abrigada e abraçada pela floresta, pode finalmente relaxar. Teve vontade de chorar, mas não chorou por que rir era tudo o que ela precisava neste momento – seu tão sonhado momento de liberdade. Ela não tinha mais dinheiro, não tinha mais livros para ler, não tinha ninguém e nem comida, mas pelo menos ela conseguiu se livrar do monstro e de tudo o que a mantinha presa a ele – e ainda tinha o seu lindo sorriso. Não foram momentos fáceis, mas ela conseguiu se adaptar e viver na floresta por alguns dias – talvez, os dias mais felizes que ela já teve. Conseguiu voltar a ser quem era antes, o que cativou a amizade de muitos animais que colaboraram com ela. Macacos lhe traziam frutas de árvores inalcançáveis, passarinhos lhe guiaram para o riacho mais próximo e mais límpido, cervos lhe distraiam com belas exibições e até os mais ferozes lobos se sensibilizavam e lhe envolviam como grandes cobertores naturais. Em troca, ela lhes oferecia carinho, dividia suas refeições e fazia fogo para aquecê-los. Também lhes ensinou sobre plantas, flores e sementes – principalmente, ensinou o que ela chama de “a arte de cultivar”. Contou sua história e sentiu muita saudade de sua flor. Os pássaros prometeram que um dia ela teria sua flor e seu jardim de volta, ainda mais bonitos do que antes. Ela agradeceu e adormeceu, abraçada com seus novos amigos lobos.
No dia seguinte, todos na floresta acordaram assustados. Era uma segunda-feira e um barulho assustador colocou todos em pé. Pássaros voaram para o mais longe que puderam, cervos correram para junto de suas famílias e os lobos prometeram proteger a jovem assustada. O barulho de passos em marcha se aproximava e não demorou muito para que o exército real surgisse por entre as árvores. Os lobos ameaçaram avançar, mas a moça pediu por paz. Inseguros, mas respeitando a decisão da donzela, os lobos recuaram. Um mensageiro saltou de seu cavalo e anunciou:
- Venho em nome do Rei para dizer-lhe que Vossa Majestade não aceita nada que venha de você, visto que és ingrata e insensível. Vossa Majestade repudia o fato de você ter brincado com vossos sentimentos e o abandonado em seguida. Para evitar qualquer golpe de Estado proveniente de chantagem, o Rei ordenou que fossem devolvidos todos os presentes dados por você a fim de bajulá-lo.
Assim que terminou o pronunciamento, tirou de sua bolsa os livros, chocolates e flores e atirou-os em direção à moça. Os animais da floresta ficaram espantados com a atitude. O último pacote era um embrulho, que teria sido atirado como todos os outros, se a jovem não tivesse se adiantado e o retirado das mãos do mensageiro. Ela sabia do que se tratava: era sua flor. Por anos tão cuidada e amada e agora entregue dentro de uma sacola plástica e um vasinho qualquer pelas mãos sujas de um mensageiro. Ela não conseguiu esconder sua indignação, mas a dor de ver sua planta murcha e rejeitada partira seu coração e a deixara sem palavras. O mensageiro e o exército real partiram em seguida.
A moça não sabia se estava se sentindo deprimida ou com raiva, mas de certo estava ofendida. Olhou para os lobos e prometeu que enfrentaria o monstro, ainda que fosse a última realização de sua vida. Não ficou se perguntando o que o reino pensaria a respeito, nem o que seus pais ou amigos diriam. Nem sequer quis saber se o Professor acharia a atitude inteligente. Ela agradeceu a todos os animais, pediu a um cavalo selvagem que a ajudasse a chegar até o castelo e partiu – sendo sua dignidade a sua única arma. Atravessou o reino como um trovão, ignorou os olhares curiosos, passou pelos guardas, adentrou o salão real como um guerreiro adentra a arena, dirigiu-se pesadamente até o rei e pressionou os presentes devolvidos contra o peito do monstro – inclusive sua flor já morta.
- Um rei, como membro da realeza, deveria saber que presentes não se devolvem.
Assim que as palavras saíram de sua boca, os guardas e os curiosos do reino (que se esticavam para ver e ouvir o que estava acontecendo) se espantaram. De onde veio tanta audácia e coragem para uma jovem moça florista enfrentar a superioridade de um rei? Mas a surpresa maior foi quando a moça encarou o rei-monstro nos olhos e abriu a boca para disparar novas palavras, antes mesmo de qualquer um ter absorvido o impacto das primeiras:
- Da próxima vez que você tiver assuntos para tratar comigo, venha diretamente até mim. Você não é rei? Então aja como um. Seja responsável por você e pelas suas atitudes. Eu errei com você e te peço desculpas, mas nunca mais exija nada de ninguém a não ser de você mesmo! Promessas não são correntes, principalmente quando machucam alguém.
Ao encará-lo diretamente em seus olhos, a princípio, eles pareciam grandes e amedrontadores. Mas ao terminar de falar, ela notou que seus olhos eram pequenos e frágeis – e não só seus olhos, mas ele todo tornara-se menor e frágil: não era mais um monstro, e sim um pequeno rato inofensivo que saiu correndo, covarde. Sem pedir desculpas, sem se defender, apenas fugiu. A comoção e o espanto foram gerais. Os mais entusiasmados correram até a moça para agradecê-la e para celebrar sua coragem. Os mais tímidos se emocionaram por que finalmente estavam livres. O Professor ficou orgulhoso, os pais da jovem pediram desculpas e lhe encheram de abraços e beijos. Foi um dia de festa no reino, como todos os outros que vieram depois.
Mas a pobre moça ainda não se sentia feliz. Faltava-lhe a sua querida flor. Mesmo derrotando o monstro, ela não conseguia deixar de se culpar pela morte da pequena e delicada orquídea. Foi então que, numa segunda-feira que poderia ser como outra qualquer, um lindo pássaro pousou em sua janela. Ela o cumprimentou e o acariciou, mas ele foi direto ao ponto:
- Prometi que você teria sua orquídea de volta e aqui está.
O pássaro deixou cair de seu bico uma semente, tão linda e diferente quanto aquela que dera à sua flor beleza inigualável. A moça pulou de alegria.
- E tem mais: meus amigos já estão chegando com várias outras sementes para você recomeçar o seu jardim. Elas foram escolhidas a dedo pelos meus amigos beija-flores, que aliás são excelentes com flores! Se precisar de qualquer ajuda, sabe onde nos encontrar.
O pássaro foi até a janela, pronto para levantar voo. Uma imagem da qual ela certamente nunca se esquecerá. Ele sempre foi livre, assim como ela, mas em nenhum momento ela o aprisionou por causa de uma promessa. Muito pelo contrário: ela o queria sempre assim, livre para voar ou pousar na sua janela sempre que ele quisesse. Quando ele viesse, eles teriam uma conversa agradável. Se não viesse, ela teria o seu jardim para cuidar. E ambos ficariam bem.
- Muito obrigado! – Ela sorriu e disse, a tempo de o pássaro ouvir antes de partir.
E assim foram livres para sempre.
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